quinta-feira, 28 de julho de 2016

10 dicas de nutrição para pacientes em tratamento do câncer

Não deixe a falta de apetite nem as náuseas atrapalharem a sua alimentação

Seja por meio de quimioterapiaradioterapia ou hormonioterapia, o tratamento do câncer pode provocar efeitos colaterais que interferem até na alimentação do paciente. "O tumor e o tratamento fazem o metabolismo da pessoa gastar mais energia e, ao mesmo tempo, perder o apetite, o que pode provocar desnutrição", contra o nutricionista Nivaldo Pinho. 

Junto a essa dificuldade, o tratamento pode causar náuseas, diarreia, falta de salivação, alteração no paladar e dificuldade de mastigar e digerir os nutrientes. A fim de amenizar esses efeitos, os cuidados na escolha dos alimentos e na forma de realizar as refeições devem ser redobrados. Anote o que especialistas em nutrição oncológica recomendam para garantir todos os nutrientes necessários e ter um corpo mais preparado para vencer essa doença.

Realce o paladar

Uma das primeiras mudanças que o paciente em tratamento do câncer nota é a modificação do paladar. O nutricionista Vitor Rosa, do Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), conta que a quimioterapia e a radioterapia, quando realizada na região de cabeça e pescoço, destroem as células das glândulas salivares e papilas gustativas, o que diminui a salivação e a percepção do gosto dos alimentos. 

Especialistas também acreditam que o próprio tumor pode aumentar a produção de moléculas chamadas interleucinas, que estão presentes em processos inflamatórios. "Elas provocam alterações no sistema nervoso central, o que deixa um gosto metálico na boca", explica o nutricionista Nivaldo Pinho. 

Para deixar o paladar mais aguçado, procure enxaguar a boca com água ou chá de camomila antes das refeições. "Se não existirem feridas na boca, balas azedas ou ácidas e alimentos ácidos também realçam o paladar, assim como manjericão, orégano, hortelã e outros temperos naturais", aconselha Vitor Rosa. Já para aliviar o gosto metálico, substitua os talheres de metal por aqueles de plástico.

Pacientes com câncer de mama recebem dicas de beleza e moda no Hospital



Aos 43 anos a dona de casa Sandra Augusta, de Palmas, no Tocantins, descobriu no Hospital de Câncer de Barretos que tinha câncer de mama. Foram dois dias de viagem para que ela chegasse à instituição e recebesse o diagnóstico. E para que o tratamento tivesse ainda mais efeito, ela foi submetida a uma cirurgia de mastectomia, ou seja, de retirada total de uma das mamas.
“A gente fica meio sem saber o que fazer. Fica meio pra baixo, triste. Não tinha força para fazer nada. Não tinha força para me sentir bonita”, disse.
Mas nesta quarta-feira, 14 de outubro, ela recebeu um presente: a valorização da beleza e da autoestima. Sandra participou de uma oficina de automaquiagem, que ainda contou com a presença de uma blogueira para customizar camisetas e consultoras de beleza que ensinaram diferentes jeitos de amarrar os lenços.
“Eu gostei bastante. Agora eu aprendi como me maquiar e vou usar meu kit. Uma amiga que fiz durante o meu tratamento disse para eu participar. Está aprovado”, afirmou a dona de casa.
A oficina faz parte da ação “De Bem com Você – a Beleza Contra o Câncer”, um projeto do Instituto Avon e do Instituto ABIHPEC, destinado às mulheres em tratamento oncológico. A iniciativa gratuita tem o objetivo de melhorar a parte emocional das pacientes.
Segundo a psicóloga do Departamento de Prevenção do Hospital de Câncer de Barretos, Kamila Panissi, eventos como esse ajudam na dificuldade de se enfrentar a doença. Isso mostra que elas podem se cuidar, mesmo com os efeitos colaterais causados pela quimioterapia, por exemplo.
As mulheres que participam do encontro recebem orientações de maquiadores voluntários, ganham kits com produtos de beleza para aprender a automaquiagem e ainda podem trocar experiências e superar juntas alguns problemas. “Eu aprendo muito cada vez que faço a oficina. Cada vez é um rosto diferente, com uma nova história para conhecer. E conforme a oficina vai acontecendo aparece um rosto, que antes era triste, mas que agora se envaidece”, relatou o cabeleireiro e maquiador Roger Martins.
Customização
Para garantir que as pacientes saíssem ainda mais bonitas do Instituto de Prevenção, a blogueira de moda, estilo e beleza, Tabata Boccatto, ensinou como customizar uma camiseta. “Eu já conhecia o Hospital pelo nome. Sei como é lidar com essa doença, pois perdi meu pai de câncer. Fiquei muito honrada em participar. É um jeito simples de elas perceberem que podem ter a autoestima sempre elevada e ainda se divertirem fazendo algo bacana para passar o tempo”, contou.
As camisetas usadas foram doadas pela Condor – empresa do seguimento de higiene bucal, beleza e limpeza – e fazem parte da campanha “Para Todas as Marias”, que visa direitos iguais no tratamento do câncer de mama.
As consultoras de beleza da empresa Marília Kicuchi e Andrea de Souza mostraram às pacientes novas maneiras de usar lenços e turbantes. “Nós amamos. Foi uma pena que não tivemos mais tempo. A gente se empolga e quer mais.”


Receitas para controle de sintomas

O tratamento quimioterápico, radioterápico e de radioiodoterapia podem apresentar diversos efeitos colaterais. Esse processo, dependendo do paciente, causa alterações no organismo, que podem ser leves ou agudas.
 
Os efeitos têm duração variável e, geralmente, desaparecem após algumas semanas - mas são os grandes responsáveis pela ingestão alimentar insuficiente e, consequentemente, pela perda de peso durante o tratamento.
 
A boa notícia é que estes sintomas desagradáveis podem ser minimizados por meio do uso de medicamentos prescritos pelo médico e com uma avaliação nutricional. Os profissionais, em conjunto, irão avaliar quais são os cuidados necessários com a alimentação durante o período de tratamento.
 
Por isso o Icesp criou um cardápio especial que pode ajudar os pacientes oncológicos a comer melhor. Em breve, o conteúdo completo será divulgado em formato de livro. Mas, desde já, algumas receitas podem ser encontradas aqui.
 
Vale lembrar que nem todos os quimioterápicos ou a radioterapia ocasionam efeitos indesejáveis e cada organismo responde de forma individualizada ao tratamento, dependendo da idade, da condição clínica e nutricional de cada um e da ocorrência da necessidade de tratamentos associados. Por isso, nem todas as pessoas apresentam os efeitos colaterais da quimioterapia ou radioterapia.
 
Entretanto, se os efeitos colaterais manifestarem-se, lembre-se que são temporários. Seja positivo, tenha persistência e determinação em não interromper o tratamento médico. A continuidade do tratamento e o empenho em garantir uma alimentação adequada são fundamentais para a recuperação e manutenção da saúde.
 
Assim, é muito importante que você comunique a seu médico caso apresente algum efeito colateral ou qualquer alteração da sua condição habitual. Procure também um nutricionista para a avaliação, orientação e acompanhamento nutricional visando ajustar a sua dieta e contornar as possíveis reações desagradáveis decorrentes da quimioterapia e/ou radioterapia a fim de prosseguir mais confortavelmente e com mais êxito ao tratamento proposto pelo seu médico.
 
Receitas:
Pratos salgados
Cestinhas de folhas (náuseas e vômitos, intestino preso)
Wrap integral de frango e hortaliças (náuseas e vômitos, intestino preso)
Rocambole de fubá (dor para engolir, feridas na boca, náuseas e vômitos, diarreia)
Almôndega de aveia (ausência ou alteração de paladar, náuseas e vômitos, intestino preso)
Arroz Cremoso (dor para engolir, feridas na boca, boca seca)
Sopa de grão de bico com abacaxi (radioiodoterapia, ausência ou alteração de paladar, dor para engolir boca seca, intestino preso)
Sopa de batata doce com alho poro (radioiodoterapia, feridas na boca, boca seca)

Pratos doces
Flan de laranja com calda de hortelã (alteração no paladar, dor para engolir, feridas na boca, boca seca, náuseas e vômito)
Flan de melancia (radioiodoterapia, dor para engolir, boca seca)
Sorvete de erva doce com maçã (ausência ou alteração no paladar, dor para engolir, feridas na boca, boca seca, náuseas e vômito)
Banana com cravo e canela (radioiodoterapia, ausência ou alteração do paladar, dor para engolir, boca seca)
Bolo de mel - sem ovo (radioiodoterapia, dor para engolir)

Bebidas
Suco de maçã, limão e hortelã (radioiodoterapia, ausência ou alteração do paladar, dor para engolir, boca seca, náuseas e vômito e diarreia)
Gelo verde (ausência ou alteração do paladar, dor para engolir, boca seca, náuseas e vômitos)
Suco de couve cítrico (ausência ou alteração do paladar, dor para engolir, boca seca, náuseas e vômito)
Espumante de maçã com hortelã (radioiodoterapia, ausência ou alteração do paladar, dor para engolir, boca seca, náuseas e vômitos, diarréia)
Suco de cenoura, tangerina e gengibre (radioiodoterapia, ausência ou alteração do paladar, dor para engolir, boca seca, nauseas e vômitos)
Milk-shake de banana (dor para engolir, feridas na boca, boca seca, intestino preso)


Efeitos colateraisDicas para controlar os sintomas:
Náuseas e vômitos
O que você deve fazer:
  • Prefira alimentos gelados ou em temperatura ambiente.
  • Faça pequenas refeições em menor intervalo de tempo.
  • Coma devagar e mastigue bem os alimentos.
  • Beba sucos ou chupe gelo ou picolé de frutas cítricas, como limão (se não estiver com feridas na boca) nos intervalos das refeições.
  • Realize suas refeições em lugares bem arejados.
O que você deve evitar:

  • Frituras e alimentos gordurosos.
  • Doces concentrados, como compotas, goiabada, marmelada.
  • Condimentos fortes (pimenta, catchup, mostarda, molho inglês, por exemplo).
  • Deitar-se após as refeições.
  • Ficar próximo à cozinha durante o preparo das refeições.
Diarreia
O que você deve fazer:
  • Consuma líquidos em abundância: chás, sucos coados e principalmente água.
  • Procure ingerir alimentos como batatas, chuchu, cenoura cozida, aipim, inhame, cará, creme de arroz, arroz, macarrão com molho caseiro coado, farinhas, torradas, biscoito água e sal ou de maisena, carnes grelhadas (frango, peixe ou boi).
  • Prefira sucos de frutas coados: limonada, caju, maçã e laranja sem açúcar.
  • Prefira leite de soja.
  • Consuma as frutas: banana-maçã, maçã e pêra sem casca, goiaba sem casca e semente, caju.
  • Consuma apenas o caldo de leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico).

O que você deve evitar:
  • Leite e derivados.
  • Alimentos gordurosos (manteiga, toucinho, banha, creme de leite, por exemplo).
  • Frutas cruas em geral.
  • Frutas e sementes oleaginosas (abacate, coco, nozes, amêndoas, amendoim, castanhas).
  • Condimentos picantes (páprica, pimenta, mostarda, catchup, por exemplo).
  • Conservas em geral (picles, azeitona, palmito, aspargos, milho e ervilha).
  • Embutidos (salsicha, lingüiça, presunto, salame, mortadela, por exemplo).
  • Leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico).
  • Hortaliças cruas: legumes e verduras folhosas.
  • Alimentos de causam flatulência (gases), como couve-flor, brócolis, repolho e ovo.
Intestino preso (constipação)
O que você deve fazer:
  • Consuma líquidos em abundância (chás, sucos diluídos e principalmente água).
  • Prefira frutas laxativas: ameixa, laranja, mamão, abacate, ameixa seca, manga, banana nanica.
  • Consuma as frutas com casca e bagaço, quando possível.
  • Consuma preferencialmente hortaliças cruas (legumes e verduras).
  • Consuma farelo de cereais (arroz, aveia ou trigo).
  • Consuma produtos integrais (arroz, pães e torradas).
  • Consuma leguminosas regularmente (ervilha, feijão, grão de bico, lentilha, soja, por exemplo).
  • Consuma leite e derivados: iogurte, leite fermentado, mingau de aveia.

O que você deve evitar:
  • Alimentos constipantes, como ricota fresca, queijo branco, sagu, tapioca, maisena, arrozinha, banana prata, banana maçã, pêra, goiaba e maçã sem casca e sem sementes, caju.
Boca seca (xerostomia)
O que você deve fazer:
  • Prepare as refeições com caldos ou molhos.
  • Se não houver feridas na boca, chupe balas azedas e/ou ácidas, picolés ou gelo e mastigue chicletes (de preferência sabor menta), que podem ajudar a produzir mais saliva.
  • Consumir líquidos em abundância: chás, sucos diluídos e, principalmente, água.

O que você deve evitar:
  • Comer alimentos secos.
Feridas na boca (mucosite)
O que você deve fazer:
  • Consuma alimentos macios e pastosos.
  • Prefira alimentos gelados ou à temperatura ambiente.
  • Se necessário, utilize alimentos líquidos ou liquidificados.

O que você deve evitar:
  • Alimentos ácidos, picantes ou muito salgados.
  • Alimentos muito quentes.
Dor para engolir (odinofagia)
O que você deve fazer:
  • Preparar sua refeição na consistência que for mais bem tolerada, que ofereça menor dificuldade para mastigar ou engolir, podendo variar entre branda, pastosa ou líquida (conforme avaliação da fonoaudióloga).
  • Tomar pequenos goles de água ou suco durante as refeições podem ajudar a engolir.
  • Faça as refeições em pequenas quantidades, várias vezes ao dia.

Ausência ou alteração de paladar
O que você deve fazer:

  • Enxágue a boca com água pura antes das refeições ou faça bochechos com chá de camomila antes das refeições.
  • Experimente balas azedas e/ou ácidas ou gotas de limão (30 gotas em 1 copo de 200ml) ou gelatina de limão (caso não apresente feridas na boca).
  • Use temperos naturais em maior quantidade, como: manjericão, orégano, salsinha, hortelã, alecrim, coentro, por exemplo.
  • Substitua os talheres de metal pelos de plástico, caso sinta sabor residual metálico.
  • Mantenha boa higiene bucal.

O que você deve evitar:
  • Consumir alimentos muito quentes ou muito gelados.

Radioiodoterapia;
É o tratamento que utiliza iodo radioativo (Iodo-131) para o controle dos carcinomas diferenciados da glândula tireóide.
O objetivo é combater às células cancerígenas que ainda restaram na tireóide após a cirurgia (tireoidectomia) ou metástases, sendo destruídas através da radiação emitida pelo iodo.
Os pacientes recebem orientação para realização de uma dieta pobre em iodo, no período que antecede a internação, através do nutricionista ambulatorial. Evitam o consumo de Sal iodado, sal marinho e alimentos salgados, pois são fontes de iodo.

terça-feira, 26 de julho de 2016

Ser VOLUNTÁRIO é Ser Humano!


O voluntariado é uma oportunidade excepcional para a prática do bem e da solidariedade.

Ser voluntário é muito mais que oferecer uma parte de seu tempo, é muito mais que olhar para a necessidade do outro, muito mais que fazer parte de uma maravilhosa corrente, muito mais que colocar o seu entendimento e experiência em benefício do todo, vai além das expectativas do ser humano e o coloca em destaque, tanto para quem doa, tanto para quem recebe.

O voluntário é um guerreiro silencioso que não busca fama, dinheiro ou oportunidade de riquezas, apenas dá o que tem de melhor. A visão do voluntário é ampla e bela, pois tem um alcance infinitamente maior sobre o que acontece ao seu redor e se integra a estas condições sempre com muita entrega e determinação.

Uma frase que ouvimos constantemente é: 
“Gostaria tanto de ajudar, mas não sei como.”

É muito fácil! Somente basta desejo de ajudar, aliado ao comprometimento com a causa.

Ser voluntário é Ser Humano…

Seja um voluntário!


segunda-feira, 25 de julho de 2016

Endoscopia Digestiva Alta


O que é

Também conhecido como Esofagogastroduodenoscopia, é um exame de investigação do esôfago, do estômago e do duodeno (primeira parte intestino delgado) usando um aparelho conhecido como endoscópio.

Para que serve

Usado para diagnosticar lesões do trato digestivo alto, gastrite, úlcera ou refluxo, para afastar ou não possibilidades de doenças graves, para fazer a retirada de fragmentos para biópsias e também para pesquisar a existência da bactéria Helicobacter Pylori, já que sua presença está associada a várias doenças do esôfago e do estômago.

Como é feito

O exame consiste na introdução do endoscópio pela boca do paciente, que percorre esôfago, estômago e duodeno – a região mais alta do trato digestivo. O endoscópio tem um tubo flexível em sua extremidade, com luz e uma câmera para a visualização das áreas examinadas.

Preparo

É necessário jejum de 12 horas. O paciente recebe uma sedação e uma anestesia local na garganta.

Valores de Referência

O resultado do exame é por meio de um laudo com a interpretação do médico. O documento poderá ou não vir acompanhado de imagens.

Resultado de exame de mama demora até um mês

Entre o pedido do exame e o resultado, paciente espera trinta dias


Dados inéditos do Sismama, novo sistema de informação sobre o câncer de mama no Brasil, mostram que, em um terço dos casos, a demora entre o pedido de mamografia diagnóstica e o resultado chega a 30 dias no sistema público de saúde. A mamografia diagnóstica é aquela feita quando há suspeita de câncer. 

Além disso, 22% dos exames de punção de nódulos para diagnóstico do câncer têm resultados insatisfatórios, o que pode indicar uma coleta inadequada.
A Sociedade Norte-Americana de Câncer recomenda prazo de 30 dias entre o paciente perceber um nódulo, fazer os exames, detectar o câncer e operá-lo, o que torna os resultados nacionais aquém dos considerados ideais para se evitar que a doença avance e seja mais difícil de ser tratada.
O estudo também revela que 45% das mamografias de rastreamento do câncer (para mulheres saudáveis) foram feitas por pessoas com menos de 50 anos, apesar de a indicação nesses casos poder trazer mais malefícios do que benefícios, em razão da radiação.
No caso das punções, a literatura científica registra exames insatisfatórios em até 20% dos casos - o que coloca a realidade nacional dentro do esperado. Estados como Bahia e Goiás, porém, registraram 37% e 38% de exames insatisfatórios.
O diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Luiz Antônio Santini considera, porém, que os prazos de espera até o momento para a mamografia são "bastante aceitáveis". O câncer de mama é o mais incidente na população feminina, quando descontados os tumores de pele não melanoma, e deve registrar 49 casos a cada 100 mil mulheres neste ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

Check-up: o que é e quando fazê-lo

Os exames e a idade mais adequada para começar a se preocupar com isso

Getty Images/Photodisc
Exames periódicos ajudam a prevenir problemas de saúde no futuro
A maioria das pessoas acredita que fazer um check-up é apenas se submeter a uma bateria de exames laboratoriais e de imagem. Por mais sofisticados, caros e precisos que sejam, os exames fazem parte do check-up, mas não são o check-up em si.
O check-up é uma avaliação da saúde do indivíduo de acordo com o sexo e a idade e a relação dele com hábitos, antecedentes e características individuais, familiares, ambientais e profissionais.
Trata-se de uma avaliação médica ampla, que pressupõe a abordagem pelo especialista dos diversos aspectos da saúde mental e física do paciente nas diferentes etapas da vida dele.

A partir dos 30 anos a maior parte das mulheres e dos homens encontra-se num ciclo de vida diferente dos anteriores. Novas relações sociais, novos interesses, novas ambições, trabalho, busca pela estabilidade. É também quando surgem, embora nem sempre perceptíveis, sinais de desgaste e degeneração no organismo, que costumam ser agravados pelo estresse resultante das complexidades deste ciclo de vida.
Na ausência de problemas de saúde que exijam atenção médica periódica e específica, os 30 anos são a idade apontada como a mais razoável para a realização do primeiro check-up. Para a mulher, caso haja o plano de engravidar, deve ser acrescentado o check-up prévio à gestação.

Biópsia sem medo

Biópsia sem medo

O exame não indica necessariamente a existência de tumores. 


Thinkstock/Getty Images
Bióspia é o procedimento no qual se obtém amostras de tecidos, células ou líquidos, que são analisadas por um médico patologista
Ao receber o pedido médico de uma biópsia muita gente se preocupa, já imaginando que o especialista suspeita da presença de um tumor.
Não é preciso ter medo. Trata-se de um procedimento no qual se obtém amostras de tecidos, células ou líquidos, para serem analisadas posteriormente por um médico patologista. Os resultados ajudam a concluir um diagnóstico.
“A biópsia ajuda a elucidar quadros inflamatórios, infecciosos e tumorais (benignos e malignos)”, explica Flávio Ferrarini Pimentel, radiologista especializado em punções e biópsias orientadas por imagem do Fleury Medicina e Saúde.
Ela pode diagnosticar desde doenças inofensivas, como formação de verrugas ou cistos, até as mais preocupantes, como o câncer .

A solicitação pode ser feita quando, por meio de um exame laboratorial ou de imagem, o médico percebe uma alteração significativa e precisa saber exatamente o que é; ou quando o paciente apresenta alguma síndrome clínica (como anemia, baixo número de plaquetas, uma alteração bioquímica) que requer maior investigação.
A biópsia pode ser feita em várias áreas do corpo. E o tamanho da amostra depende da dimensão da lesão ou do órgão onde está localizado o problema. “Em algumas situações retiramos todo o tecido lesionado para análise. Outras vezes, apenas fragmentos ou células”, diz o especialista.
Apesar de ser um procedimento cirúrgico, geralmente a biópsia é bem simples e exige somente anestesia local. “Antigamente quando os médicos detectavam nódulos em umultrassom , por exemplo, muitas vezes tinham de fazer uma cirurgia de grande porte para saber o que era. A biópsia é uma grande ferramenta que colabora com os diagnósticos e evita riscos desnecessários”, argumenta o médico Flávio Ferrarini Pimentel.
Conheça alguns tipos de biópsia:
Punção aspirativa : consiste em introduzir uma agulha muito fina em um nódulo para retirada de material para análise. Geralmente é indicada para pesquisa em nódulos de tireoide e de mama e linfonodos aumentados, mas também pode ser realizada, por exemplo, em órgãos mais profundos como o pulmão . Ajuda a detectar tanto doenças infecciosas quanto tumorais.

Biópsia excisional : intervenção cirúrgica que remove todo o tecido suspeito para análise. Indicada, por exemplo, quando há linfonodos aumentados na axila ou na virilha.
Biópsia incisional : é feita a remoção de um fragmento da lesão por meio de uma incisão cirúrgica. Indicada quando há presença de lesões maiores.
Biópsia externa : feita na pele ou nas mucosas, sob anestesia local, quando há suspeitas de câncer de pele ou doença que não é possível de ser diagnosticada apenas com o exame físico.
Biópsia endoscópica : pinça fragmentos da lesão no momento da endoscopia . É realizada por cirurgião endoscopista. Pode ser também orientada por ultrassonografia endoscópica.
Biópsia de medula óssea : é a coleta de uma amostra de medula (fragmentos do osso), geralmente realizada sob anestesia. Habitualmente a amostra é extraída do osso da bacia. Indicada para situações em que se pesquisam doenças do sangue – tanto benignas quanto malignas – ou quando há suspeitas de que a medula óssea esteja invadida por um tumor.
Biópsia de linfonodo sentinela : indicada para detectar metástases em quadros de câncer de mama e de pele. O linfonodo sentinela é removido e examinado para determinar se há células de câncer presentes. É baseada na ideia de que os tumores se espalham (metástases linfáticas) de forma ordenada a partir do tumor primário para os linfonodos sentinelas e então para outros linfonodos mais distantes. Resultado negativo sugere que o câncer não se espalhou pelo sistema linfático. Resultado positivo indica que a doença está presente no linfonodo sentinela e pode estar também em outros linfonodos na mesma área. A informação ajuda o médico a determinar o estágio da doença e traçar o melhor plano de tratamento.

Como interpretar o resultado do seu laudo

O laudo é o resultado por escrito do exame assinado pelo médico responsável. Ele é tanto um documento para o paciente como a comunicação formal entre o médico que solicitou o exame e o médico que o realizou. Como é muito importante que esses médicos se entendam com precisão, os laudos foram padronizados para serem feitos com termos bem conhecidos e conclusões fáceis.
Há três exames de diagnóstico por imagem que são habitualmente usados nas mamas: mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. A padronização citada acima é semelhante para esses três exames, portanto tudo o que relataremos servirá para todos eles.
Em todos os laudos deverá haver uma parte (descrição) em que é descrito tudo o que foi encontrado, e uma segunda parte (conclusão) na qual deverá estar escrito a classificação do que foi encontrado, como explicado a seguir. Dessa classificação dependerá muito a escolha de conduta pelo médico que está tratando da paciente, e algumas vezes o médico que realizou o exame (geralmente um radiologista ou ultrassonografista) irá incluir no laudo uma recomendação de conduta, isto é, recomendar o que deve ser feito baseado no resultado encontrado. É importante esclarecer que essa é uma recomendação radiológica, mas que a palavra final do que deve ser feito é do médico que solicitou o exame (geralmente um ginecologista ou mastologista).
Na parte de descrição, encontraremos termos como nódulo sólido, cisto, calcificação, distorção de arquitetura, linfonodo prótese, implante, etc...
A parte da conclusão é mais interessante para os leigos. Conforme já dito, ela deve incluir a classificação dos achados. Essa classificação foi padronizada em todo o mundo por médicos especialistas da área e se chama classificação BI-RADS®. Por ser utilizada em todo o mundo, ela permite comparação de resultados de países muito distantes, o que permitiu que nosso conhecimento tenha aumentado muito e aumente cada vez mais. É esse conhecimento, aliado ao avanço tecnológico, que tem permitido salvar tantas vidas na área da saúde mamária.
Todos os exames, portanto, devem terminar com a classificação BI-RADS® do achado. Essa classificação tem as seguintes categorias:
Zero: Nessa categoria, foi encontrado algo, não necessariamente grave, mas o médico relator entendeu que não foram ainda usados todos os recursos possíveis para esclarecer o que foi encontrado. Por exemplo, apareceu uma alteração à mamografia e o médico relator entendeu que é necessário realizar uma ultrassonografia para esclarecer adicionalmente o achado.
I: Quando o médico relator atribui BI-RADS®I ao exame significa que ele não encontrou nada.
II: Quando o médico relator atribui BI-RADS®II ao exame significa que ele encontrou algo, mas que ele tem certeza ser benigno (portanto não é câncer com certeza). Na prática, tem o mesmo valor que o BI-RADS®I, pois não traz nenhuma ameaça à paciente e requer apenas as recomendações habituais para saúde mamária (mamografias anuais, por exemplo).
III: Quando o médico relator atribui BI-RADS®III ao exame significa que ele encontrou algo no exame que quase com certeza é benigno. Para paciente que se enquadram nessa categoria, habitualmente é recomendado apenas um acompanhamento com o mesmo exame em seis meses. É comum, ao descrever achados BI-RADS®III, usar-se a expressão "achado provavelmente benigno". Esse termo não deve trazer insegurança à paciente. Na verdade, a chance de um achado classificado como BI-RADS®III ser câncer é mínima, menor do que 2% (ou seja, mais de 98 pacientes entre 100 que recebem essa classificação não têm câncer de mama). Além disso, já foi provado que nesses casos, mesmo que a lesão venha a ser um dos raros casos de câncer que não parece ser câncer (um verdadeiro "lobo em pele de cordeiro"), na grande maioria das vezes após seis meses a doença estará em fase curável, sem que haja prejuízo para a saúde da paciente. Vale enfatizar que o acompanhamento semestral é considerado seguro no mundo todo para esses casos, e baseado em amplos dados de pesquisas clínicas.
IV: Quando o médico relator atribui BI-RADS®IV (4), significa que ele achou algo no exame que precisa de uma amostra física para ser estudada ao microscópio. O procedimento de colher essa amostra se chama biópsia. Nessa categoria, a chance de que a paciente tenha câncer vai de pouco mais de 2% até 95%. Todos os achados nessa categoria precisam de biópsia, mas ela foi subdividida em três grupos com risco diferente de que seja encontrado câncer (a, b, c). No grupo 4a, temos quase certeza que o resultado será benigno (risco em torno de 10%), mas não achamos seguro esperar seis meses para saber o resultado. No grupo 4b, o risco é um pouco maior, mas em geral é de menos de 50%. No grupo 4c, o risco já é de mais de 50%, mas menos de 95%.
V: Quando o médico relator atribui BI-RADS®V (5), significa que ele achou algo muito suspeito no exame, que tem mais de 95% de chance de ser câncer. Naturalmente, nesses casos a biópsia também é indispensável. Vale dizer que há casos de BI-RADS®5 que não são câncer, então é sempre necessário realizar biópsia.
VI: A categoria 6 é mais difícil de ser entendida porque é muito específica. Ela é dada quando uma paciente que já se sabe ser portadora de um câncer faz outro exame de imagem (mamografia, ultrassom ou ressonância) e nesse exame aparece o câncer já conhecido e mais nada. Ela foi criada porque a classificação BI-RADS®não existe apenas para fazer o atendimento individual da paciente em questão, mas também para permitir estatísticas que nos levam a compreender melhor o câncer e ajudar outras pacientes. Foi necessário criar uma nova categoria para que o mesmo câncer não fosse contabilizado duas vezes nas estatísticas em casos em que a paciente faz exames pré-operatórios adicionais.
Finalmente, é importante salientar que o laudo é bastante técnico, e uma interpretação adequada do mesmo requer conhecimento profundo da especialidade. É muito saudável que a paciente e seus familiares se interessem pelo resultado, mas sempre levando em conta as limitações de uma interpretação leiga do laudo. Existem nuances que não podem ser padronizadas ou compreendidas por não especialistas. Algumas delas precisam até mesmo do encaminhamento a um mastologista e não podem ser abordadas por um ginecologista geral. A consulta do leigo ao laudo pode ser muito útil se feita com sabedoria, mas pode gerar mal-entendidos e sofrimentos se as limitações dessa prática foram ignoradas.
  1. CÂNCER DE MAMA
  2. COMO LAUDO DA MAMOGRAFIA É FEITO
  3. COMO LIDAR COM OS TEMORES SOBRE O CÂNCER DE MAMA
  4. DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA
  5. ESTATÍSTICAS SOBRE CÂNCER DE MAMA NO BRASIL
  6. LAVAGEM DUCTAL
  7. ONDE FAZER SEU EXAME DE MAMOGRAFIA
  8. RISCO DE DESENVOLVER CÂNCER DE MAMA E FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR NESTE RISCO

1.Câncer de mama


câncer de mama se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das células do tecido mamário. A doença se desenvolve em decorrência de alterações genéticas. Porém, isso não significa que os tumores da mama são sempre hereditários.
Em seu funcionamento normal, o corpo substituiu as células antigas por células novas e saudáveis. As mutações genéticas podem alterar a habilidade da célula de manter sua divisão e reprodução sob controle, produzindo células em excesso, formando o tumor.
Um tumor pode ser benigno (não perigoso para a saúde) ou maligno (tem o potencial de ser perigoso). Os benignos não são considerados cancerígenos: suas células têm aparência próxima do normal. Elas crescem lentamente e não invadem os tecidos vizinhos, nem se espalham para outras partes do corpo.
Já os tumores malignos são cancerosos. Caso suas células não sejam controladas, podem crescer e invadir tecidos e órgãos vizinhos, eventualmente se espalhando para outras partes do corpo.
câncer de mama consiste em um tumor maligno que se desenvolve a partir de células da mama. Geralmente, ele começa nas células do epitélio que reveste a camada mais interna do ducto mamário. Mais raramente, o câncer de mama pode começar em outros tecidos, tais como o adiposo e o fibroso da mama.
câncer de mama pode ser "in situ", aquele em que ainda não há risco de invasão e metástase, com chances de cura de aproximadamente 100%. Mesmo os tumores invasivos (quando invadem a membrana basal da célula) podem ser curados se o diagnóstico for estabelecido em fase precoce.
As alterações nos genes podem ser herdadas (casos dos cânceres hereditários) ou adquiridas. O câncer de mama hereditário corresponde a cerca de 5% a 10% dos casos, ou seja, quando existem parentes de primeiro grau com a doença. Portanto, 90% dos casos de câncer de mama não têm origem hereditária.
As alterações genéticas, que são chamadas mutações, podem ser determinadas por vários fatores, entre eles: exposição a hormônios (estrogênios), irradiação na parede torácica para tratamento de linfomas, excesso de peso, ausência de atividade física, excesso de ingestão de gordura saturada e álcool.


2.Como laudo da mamografia é feito



O laudo da mamografia é feito após a leitura da mesma, e da correlação com os dados clínicos e os exames fornecidos. Nele devem constar, de forma objetiva, clara e sucinta: o resumo clínico, a descrição da composição mamária, os achados associados, a impressão diagnóstica, a categorização BI-RADS® e, naqueles casos em que há necessidade de maiores esclarecimentos, deve-se sugerir a conduta a ser tomada. Dentre os itens citados, apenas a categorização BI-RADS é facultativa.




Sendo o câncer de mama o mais frequente na mulher brasileira, com freqüência esta na mídia impressa, televisiva e na internert. E quando uma personalidade nacional é diagnosticada com câncer de mama, aumenta a procura nos consultórios dos mastologistas. Mesmo sendo uma doença freqüente a maioria das mulheres não terá câncer de mama. E o mais importante é o diagnóstico precoce , pois isto aumenta a chance de cura da doença. Portanto o medo de ter um diagnóstico não deve impedir que você faça sua mamografia anual a partir dos 40 anos de idade.
Se você já teve um diagnóstico de câncer de mama, a informação obtida com sua equipe especializada é fundamental e o medo da morte e da volta da doença é normal. No entanto uma conversa sincera e aberta é melhor forma de estabelecer uma relação de confiança com seu médico especialista e isto a ajudará a superar estes medos, principalmente quando o diagnóstico é precoce. No entanto, mesmo pacientes diagnosticados com tumores em fase avançadas podem tem uma sobrevida longa e morrer de outras causas não relacionadas ao câncer de mama. O medo do sofrimento do tratamento , principalmente da quimioterapia , é um dos fatos que apavoram as pacientes. No entanto , hoje existem várias medicações que são utilizadas juntas com a quimioterapia que diminuem de forma substancial os efeitos colaterais da quimioterapia.


4.Diagnóstico do Câncer de Mama



Câncer de mama invasivo e não invasivo: Cânceres de mama são tumores malignos que surgem na glândula mamária, na maioria das vezes a partir dos ductos (canais que ligam a glândula ao mamilo) ou dos lóbulos (partes da mama que secretam o leite). Os tumores iniciais, que ainda não infiltraram a membrana basal, que separa os ductos e lóbulos dos tecidos adjacentes, são chamados de carcinomas não invasivos ou carcinomas in situ. Os tumores que infiltram ou invadem os tecidos da mama são chamados de carcinomas invasivos ou infiltrativos. Os tumores invasivos podem crescer e infiltrar a pele e músculos peitorais. Podem ainda enviar células malignas pela circulação para os linfonodos (ou gânglios) da axila e para outros órgãos como os pulmões, cérebro, ossos, etc, que é chamado de metástase.
Índice de crescimento celular: Os tumores crescem pela divisão ou multiplicação de suas células. Este processo é denominado decrescimento celular e pode ser feito de forma lenta, em tumores bem diferenciados, ou de forma rápida, nos cânceres pouco diferenciados. Quanto maior o índice de crescimento celular pior o prognóstico ou evolução do tumor, pois este está relacionado à capacidade do tumor de invadir os tecidos da mama e enviar metástases para outros órgãos.
Margens cirúrgicas: correspondem à distância entre o tumor e a borda ou margem da peça cirúrgica (biópsia excisional ou mastectomia). As margens são avaliadas pelo médico patologista, que examina as biópsias ou peças cirúrgicas, para saber se o tumor foi totalmente removido, sem evidencia de células tumorais nas margens. Caso o patologista detecte no exame microscópico que há células cancerosas na borda cirúrgica, o mastologista é informado no laudo patológico, para tomar as medidas necessárias, e evitar que haja tumor residual (resto do tumor) no paciente. O exame das margens pode ser feito durante o ato cirúrgico, chamado de exame per-operatório ou por congelação, quando o tumor é palpável pelo mastologista. No caso de tumores não palpáveis, descobertos pela mamografia, o mais seguro é o exame das margens no pós-operatório, guiado pela mamografia da peça cirúrgica que auxilia o patologista a localizar adequadamente o tumor e avaliar as margens com precisão.
Invasão vascular ou linfática: as células dos tumores malignos invasivos ou infiltrativos têm a capacidade de invadir os vasos sanguíneos e/ou os vasos linfáticos e assim ganhar a circulação e produzir metástases (disseminação do tumor para outros órgãos). O médico patologista deve incluir a informação sobre a presença ou não de invasão vascular no laudo do exame patológico, pois este fator é importante indicador da evolução da doença.
Receptores hormonais: alguns tumores de mama necessitam de hormônios para crescerem, principalmente hormônio estrogênio. As células destes tumores contêm receptores para estrogênio e na maioria das vezes também receptores de progesterona. Os testes para determinação de receptores hormonais em cânceres de mama são feitos pelo médico patologista usando a técnica de imuno-histoquímica e podem indicar a possibilidade de se oferecer tratamento hormonal aos pacientes.
Her2: a proteína HER2 ou Her2/neu é encontrada em cerca de 20 a 30% dos cânceres de mama. O teste para HER2 é feito por médico patologista, que determina o aumento da expressão da proteína HER2por técnica imuno-histoquímica ou avalia o excesso de cópias do gene HER2 por hibridização in situ. Quando o tumor mostra superexpressão da proteína ou amplificação do gene o paciente pode receber tratamento alvo específico com o trastuzumab.
Subtipos moleculares do câncer de mama: Até o ano 2000 os tumores de mama eram classificados de acordo com a aparência observada no exame microscópico feito pelos patologistas, que os classificava em tipos morfológicos (por exemplo: carcinoma ductal invasivocarcinoma lobular invasivocarcinoma medular, etc). Mais recentemente, usando técnicas modernas de biologia molecular, surgiu uma nova forma de classificar ou subtipar os tumores baseado nas características moleculares, possibilitando definir os chamados subtipos moleculares. Esta nova forma de classificar tumores ainda não é empregada rotineiramente, pois tem alto custo e exige técnicas sofisticadas, como o perfil de expressão gênica, que ainda não está disponível para uso clínico.
Assinaturas genéticas: são novas técnicas para determinação prognóstica de tumores mamários que se baseiam na avaliação de genes expressos pelos tumores. Surgiram como alternativa ou complemento ao exame patológico rotineiro, na tentativa de individualizar o risco de recidiva ou retorno do câncer, em pacientes que não têm linfonodos ou gânglios axilares comprometidos por metástases. Diferentes testes já estão comercialmente disponíveis, porém todos eles ainda estão em fase de validação em grandes estudos internacionais. Os mais empregados têm sido um teste que avalia 21 genes em amostra de tumor fixado em formol e incluído em parafina (Oncotype DXT) e fornece um escore de recorrência. Outro teste avalia 70 genes (MammaPrintT) e precisa de amostra de tumor congelado, obtida no momento da cirurgia, e usa método de expressão genica. Ambos os tipos de testes ainda são de alto custo e aguardam resultados dos estudos de avaliação internacional para uso clínico rotineiro em casos específicos.
Testes de BRCA1 e BRCA2: Os genes BRCA1 e BRCA2 controlam a divisão das células normais. Raros pacientes sofrem mutações nestes genes e em consequência tornam-se mais susceptíveis ao desenvolvimento de tumores, entre eles o câncer de mama e de ovário. Mutações específicas foram descritas em famílias com muitos parentes com câncer de mama, chamados de grupos de risco. Testes genéticos foram desenvolvidos para detectar mutações dos genesBRCA1 e BRCA2 nas familias de alto risco e podem ser indicados em casos especiais para avaliar o risco de desenvolvimento do câncer de mama.
Acometimento linfonodal: O exame dos linfonodos (ou gânglios da axila) em pacientes com câncer de mama é importante para avaliar a presença de células cancerosas e estimar a extensão local da doença, estadiar o paciente (definir o estágio da doença) no momento do diagnóstico inicial e indicar ou não tratamento complementar. A forma de avaliação do acometimento dos linfonodos axilares depende do exame clínico inicial feito pelo mastologista. Nos pacientes com axila livre clinicamente está indicado o exame patológico do primeiro linfonodo que recebe a drenagem da axila, chamado de linfonodo sentinela. Nos casos com axila acometida clinicamente está indicado o esvaziamento ou remoção dos demais linfonodos. O exame microscópico dos linfonodos (sentinela ou do restante da axila) é feito pelo patologista e é fundamental para determinar o restante do tratamento do paciente.

5.Estatísticas sobre câncer de mama no Brasil


Segundo tipo de câncer mais frequente no mundo, o câncer de mamaé o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. No ano de 2010 ocorreram 49.240 novos casos decâncer de mama no Brasil, sendo superado apenas pelo câncer de pele. No ano de 2008 , 11.860 mulheres morreram por causa do câncer de mama e 125 homens também morreram por câncer de mama(www.inca.gov.br). O câncer de mama no homem é raro e representa menos de 1% dos casos, e o principal sintomas é um nódulo endurecido atrás do "bico" do peito , principalmente em pacientes acima de 50 anos de idade.
Existem diferenças nas taxas de incidência da doença entre as regiões do Brasil. A maior incidência ocorre na região sudeste. A medida utilizada para quantificar esta incidência chama-se taxa bruta , que corresponde ao número de casos para cada 100mil mulheres. Na região sudeste esta taxa é de 64.54 casos/100mil mulheres , região sul 64.3/100mil mulheres, região centro-oeste 37,68/100mil mulheres, região nordeste 30,11/100mil mulheres e região norte com a menor incidência 16,62/100mil mulheres. Estas diferenças provavelmente são decorrentes do fato já conhecida de quanto maior o desenvolvimento da região maior a incidência de câncer de mama. Isto reflete uma sociedade mais industrializada com consumo cada vez maior de uma alimentação inadequada, excesso de peso e talvez estresse.
Com a realização cada vez mais freqüente da mamografia tem-se diagnosticado o câncer de mama no Brasil em fases mais precoces o que aumenta as chances de cura. Hoje a maioria dos casos diagnosticados no Brasil não são mais em fases avançadas. Mas precisamos melhorar ainda mais, e isto será alcançado quando todas as mulheres tiverem acesso a mamografia de qualidade uma vez ao ano a partir do 40 anos de idade.

6.Lavagem Ductal


lavagem ductal é procedimento pouco invasivo de obtenção de fluido, secreção dos ductos mamários por lavagem e sucção. A justificativa do procedimento é baseada em anos de pesquisa revelando que o câncer de mama se origina das células da luz dos ductos e envolve inúmeras alterações pré-neoplásicas antes do diagnóstico de malignidade. A lavagem ductal sempre foi aventada como um método de selecionar pacientes de alto risco para câncer de mama, que poderiam ser beneficiadas com seguimento diferenciado, acrescentando a ressonância magnética das mamas à mamografia e ultrassom, bem como propondo o uso de drogas que diminuem o risco se utilizadas por período contínuo de cinco anos, como o tamoxifeno e raloxifeno. A mastectomia bilateral para redução de risco também pode ser discutida. A lavagem ductal, evidentemente, é útil desde que consiga obter secreção ductal expressa pela papila em quantidade suficiente para análise.
A quantidade de fluído ductal é maior nas pacientes entre 30 a 50 anos, de raça branca ou negra, menopausadas em uso de hormônio e primeira gravidez após os 30 anos.
Técnica
Existem diversas técnicas úteis para obter o fluído ductal. Dentre eles a passagem de um cateter muito fino, sob anestesia local, pelos orificios da papila, obtendo material por meio da lavagem do ducto som soro fisiológico. Outro metodo utiliza equipamentos de sucção, semelhante aos utilizados para ordenha nas mulheres que amamentam.
Assim os dois tipos principais de células encontradas são células espumosas e ductais. Um pequeno número de histiócitos e leucócitos - células inflamatóriasser encontrado. O fluído, líquido que sai dos ductos é coletado e enviando para exame, pesquisa e análise de células pela técnica de Papanicolaou, semelhante ao utilizado no exame de prevenção do câncer do colo do utero.
O fato de existir fluido ductal não necessariamente está relacionado com anormalidade, mas sabemos que ductos que contêm maior número de células anormais tendem a produzir mais fluido, que está relacionado à maior risco para câncer de mama.
lavagem ductal é considerada um procedimento minimamente invasivo promissor para pesquisa de risco para câncer de mama. Entretanto, até o momento a função da lavagem ductal permanece incerta, sendo apenas utilizada como adjuvante nos casos de alto risco, servindo para auxiliar aos demais métodos consagrados.

7.Onde fazer seu exame de mamografia


exame de mamografia deve ser realizado em clínicas especializadas que disponham de médicos com qualificação para leitura da mamografia, assim como participem do Programa de Qualidadeoferecido em conjunto pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).


8.Risco de desenvolver câncer de mama e fatores que podem influenciar neste risco


câncer de mama é uma doença genética ou seja é necessário uma alteração no(s) gene(s). No entanto, vários outros fatores estão envolvidos , alguns que não podem ser modificados e outros que você pode modificar, diminuindo assim o seu risco de desenvolver a doença.
Câncer de Mama - Fatores de risco que você pode controlar
Peso: o aumento do peso esta associado a um maior risco de câncer de mama, sobretudo em pacientes após a menopausa. Quando a mulher entra na menopausa os ovários param de produzir o principal hormônio envolvido no desenvolvimento do câncer de mama, o estrogênio. Este hormônio passa a ser produzido na gordura, portanto quanto maior a quantidade de gordura maior a quantidade de estrogênio e consequentemente maior o risco de câncer de mama. Para calcular seu peso ideal, faça o seguinte cálculo: divida seu peso pela altura ao quadrado , o ideal é que este número esteja situado entre 20 e 25. Se maior que 25 é sobrepeso e se maior que 30 já classificamos como obesidade.
Alimentação: existem vários alimentos que provavelmente aumentam o risco de vários tipos de câncer, inclusive câncer de mama. É recomendável evitar completamente a ingestão de carne vermelha, queijos "gordos", açúcar, alimentos que contenha açúcar, arroz branco, pão branco, enlatados, alimentos embutidos e processados. É recomendável a ingesta de cinco porções de frutas por dia, carnes brancas (preferência galinha caipira sem pele, peixes, sobretudo sardinha, salmão e cavala que são ricos em ômega 3), frutas ,verduras , legumes , arroz integral, pão integral , cereais , derivados da soja. Dê sempre preferência a alimentos orgânicos, quando possível. Se não conseguir ficar sem os adoçantes, prefira os à base de steviosídeo.
Atividade física: existem evidências científicas que a atividade física diminui o risco de câncer , incluindo o câncer de mama. A recomendação atual é exercício moderado a intenso pelo menos 5 vezes por semana por cerca de uma hora. A associação de exercícios aeróbicos e de musculação é o ideal e de preferência sob supervisão de um profissional de educação física.
Consumo de álcool: o consumo de álcool esta associado ao aumento de vários cânceres como os de cabeça e pescoço e ao câncer de mama. Um dos mecanismos da ação do álcool seria a alteração do metabolismo do estrogênio no fígado.
Tabagismo: o ato de fumar é a principal causa evitável de câncer. Se você fuma procure imediatamente ajuda médica , pois hoje dispomos de medicamentos que aumentam a chance de você parar de fumar. Além do aumento do risco de câncer de mama, o fumo aumento o risco de vários tipos de tumores incluindo câncer de pulmão , cabeça e pescoço, bexiga, colo do útero e pâncreas. Há um aumento do risco de infarto do miocárdio e das doenças do pulmão( bronquites).