segunda-feira, 25 de julho de 2016

Câncer de peritônio, que matou Hebe, é mais comum em mulheres idosas


Tumor que atingiu apresentadora é considerado raro.
Ela morreu no sábado (29), em São Paulo, aos 83 anos.



O câncer de peritônio, que provocou a morte da apresentadora Hebe Camargo, atinge principalmente mulheres idosas -- a partir dos 60 anos. Hebe foi diagnosticada com a doença há dois anos e meio, e morreu aos 83 anos na madrugada deste sábado (29).


O peritônio é uma membrana fina que envolve os órgãos do abdômen, como o estômago e o intestino, separando-os dos músculos da região.
Os tumores do peritônio podem ser primários – quando se originam no próprio peritônio – ou secundários – quando um câncer que veio de outro órgão o atinge. Os tumores primários, como foi o de Hebe, são considerados raros.
Dentre os tumores primários, existem dois tipos – o mesotelioma e o carcinoma. Hebe teve o segundo, que é o mais raro deles. “A gente poderia seguramente falar que [a incidência do carcinoma de peritônio] é menor que três casos para cada 100 mil pessoas”, afirmou o cirurgião oncologista Ademar Lopes, que é vice-presidente do Hospital do Câncer A.C. Camargo, em São Paulo.
O principal sintoma dos tumores é o acúmulo de líquido na cavidade abdominal, que provoca aumento de volume na barriga. Foi, inclusive, este sintoma que levou Hebe a procurar o médico, segundo um vídeo que ela mesmo gravou no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se tratava.
Outros sintomas incluem emagrecimento e indisposição. A pessoa pode ainda sofrer dores, mas isso nem sempre acontece. A falta de sintomas claros é um dos desafios no combate à doença, segundo Lopes, que nunca tratou a apresentadora.
“É difícil identificar cedo”, apontou o médico. “Em geral, quando o diagnóstico é feito, o câncer já se espalhou”, completou.
A maneira mais comum de tratar esse tipo de câncer, segundo ele, é a quimioterapia. “É um tumor que responde bem à quimioterapia, mas, em geral, as células se tornam resistentes e a doença progride”, explicou. Mulheres idosas têm menor tolerância à quimioterapia, o que também dificulta o tratamento.
O tratamento pode incluir ainda a cirurgia, caso sobre líquido acumulado após a quimioterapia. Em alguns casos, os tumores bloqueiam a passagem do bolo alimentar pelo intestino, e é preciso fazer uma cirurgia para desobstruir a região – Hebe também chegou a fazer uma dessas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário